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Artigo Técnico LD Auto
Tratamento de Gases de Escape

SISTEMAS DE TRATAMENTO DE GASES

EMISSÕES E SISTEMAS DE TRATAMENTO DE GASES DE ESCAPE

Para ocorrer combustão dentro de um motor de combustão interna, a diesel ou gasolina, são necessários dois produtos essenciais, ar e combustível.

Na Figura 1, à esquerda são apresentados os elementos que são admitidos pelo motor, ar e combustível e à direita os produtos que são libertados pelo motor, registados antes do sistema de tratamento de gases de escape.

Figura 1

Figura 1 - Elementos de Entrada e Saída

Emissões poluentes

COMPREENSÃO E IMPACTOS

1 - Principais compostos libertados pelo motor:
  • Óxido de azoto (NOx);

  • Hidrocarbonetos (HC);

  • Monóxido de carbono (CO);

  • Partículas (PM).

Outros Elementos no Escape (não considerados poluentes):
  • Azoto;

  • Oxigénio;

  • Água;

  • Dióxido de carbono (CO2).

CO2 e o Efeito de Estufa:
  • Não é considerado um poluente direto, mas contribui para o efeito de estufa.

  • Embora não seja nocivo em grandes concentrações na atmosfera, as emissões de CO2 têm sido cada vez mais limitadas devido ao seu impacto climático.

Emissões Prejudiciais à Saúde:
  • CO, HC, SO2, PM, NOx: Contribuem diretamente para doenças respiratórias e outros problemas de saúde.

A Figura 2, permite verificar quais as diferenças de emissões de um veículo a gasolina e diesel.

Figura 2

Figura 2 - Emissões (Gasolina de Injeção Indireta VS Diesel)

Observando a imagem verifica-se que um motor a gasolina, neste caso de injeção indireta, e um motor diesel libertam praticamente o mesmo tipo de compostos pelo escape, com exceção das partículas e oxigénio presentes nos veículos diesel, devido ao seu funcionamento com uma mistura de ar/combustível mais pobre.

No entanto as quantidades que cada um emite são bastante diferentes em termos percentuais. Um motor diesel produz uma maior quantidade de NOx e um motor de gasolina uma maior quantidade de CO.

Com o aumento da poluição e a rápida degradação da qualidade do ar, começou a haver a necessidade de um controlo mais apertado das emissões dos veículos.

sistemas de tratamento de gases

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Garantir um desempenho eficiente e sustentável começa pelo cuidado com o sistema de tratamento de gases de escape. Na LD Auto, oferecemos serviços especializados em diagnóstico, manutenção e reparação de componentes como catalisadores, filtros de partículas (DPF) e outros sistemas de controlo de emissões.

NORMAS EURO

CONTROLO DE EMISSÕES EM VEÍCULOS

As emissões de veículos na Europa são limitadas pelas normas EURO. Estas limitam os poluentes dos veículos a diesel e gasolina individualmente, uma vez que a quantidade de poluentes que emitem são diferentes.

  • EURO 1 (1992): Obrigou a utilização de gasolina sem chumbo e a utilização de catalisador para veículos a gasolina. O limite dos poluentes emitidos são iguais para os veículos a gasolina e diesel, com a exceção das partículas, pois a sua emissão é limitada apenas para os veículos diesel.

  • EURO 2 (1996): Reduziu o limite de emissões de CO e de HC+NOx para todos os veículos. Os limites passaram a diferir consoante o combustível utilizado.

  • EURO 3 (2000): O teste para analisar as emissões foi modificado, deixou de existir uma fase para aquecer o motor antes das medições começarem a ser realizadas e o limite de CO diminui. Nos veículos a gasolina passou a limitar-se a emissão de HC e de NOx separadamente. Nos veículos a diesel foram limitadas as emissões de partículas.

  • EURO 4 (2005): Limitaram-se principalmente as emissões dos veículos diesel, especialmente as partículas e o NOx. Alguns fabricantes começaram a utilizar filtros de partículas.

  • EURO 5 (2009): Limitou-se a emissão de NOx e todos os veículos diesel passaram a utilizar filtros de partículas devido à restrição das mesmas. As partículas emitidas pelos veículos a gasolina de injeção direta passam a ser monitorizadas.

    a) A partir de Setembro de 2011, o número de partículas por km nos veículos a diesel passou a ser controlado.

  • EURO 6 (2014): Limitação significativa das emissões de NOx nos veículos Diesel. O limite de emissões é muito exigente e passa a ser idêntico para diesel e gasolina.

Estas alterações estão esquematizadas na Tabela 1, onde são apresentados os limites para cada poluente.

Tabela 1 - Emissões (Gasolina de injeção indireta VS Diesel)

ORIGEM

PRINCIPAIS POLUENTES

  • CO, monóxido de carbono: Resulta de uma combustão incompleta na câmara de combustão. Quanto mais rica a mistura ar/combustível, maior a quantidade de CO produzido.

  • HC, hidrocarbonetos: Tem origem em combustível não queimado. Existem várias causas possíveis para a formação de HC, como por exemplo mistura ar/combustível demasiado rica, fraca atomização e défice de compressão nos cilindros. Particularmente nos veículos a gasolina, o excesso de HC também pode ser causado por problemas no sistema de ignição ou no catalisador.

  • NOX, óxidos de azoto: A principal causa da emissão de NOX são as elevadas temperaturas dentro da câmara de combustão. Uma vez que o combustível baixa a temperatura de combustão, o funcionamento do motor com mistura pobre favorece a formação de NOX.

  • CO2, dióxido de carbono: A formação de CO2 está diretamente relacionada com a eficiência da combustão. Considerando um motor em bom estado de funcionamento, a emissão de CO2 é máxima quando a mistura ar/combustível é estequiométrica.

Contudo, como o CO2 é responsável pelo efeito de estufa, a sua emissão está limitada. Atualmente os motores em determinado regime de funcionamento trabalham em regime pobre, possibilitando queimar o combustível na totalidade e reduzindo as emissões de CO2.

Figura 3 - Relação entre emissão de CO2 e relação A/F

Na Imagem 3, com uma mistura rica nem todo o combustível é queimado e há um decréscimo das emissões de CO2. Caso o motor opere com mistura pobre, a quantidade de CO2 irá diminuir pois existe menos combustível para queimar.

Como já foi referido anteriormente, o CO2 não é um poluente e do ponto de vista de rendimento de um motor e de emissões, faria sentido trabalhar sempre com uma mistura estequiométrica.

Devido aos motores diesel funcionarem com misturas mais pobres, não necessitam de sonda lambda para medir a quantidade de oxigenio nos gases de escape e assim ajustar a mistura. O catalisador para este tipo de motores é ligeiramente diferente uma vez que o componente realiza principalmente reacções de oxidaçao. Como os motores diesel emitem uma quantidade de NOx muito superior aos veículos a gasolina por funcionarem com misturas pobres, precisam de sistemas de tratamente de NOx dedicados.

QUAL A FUNÇÃO DOS CATALISADORES?

Os catalisadores tem a função de converter substâncias tóxicas CO, HC e NOx em substâncias menos perigosas, como por exemplo CO2 e vapor de água através de reações químicas. Estas reações podem ser de oxidação ou de redução. Uma reação de oxidação ocorre quando o oxigénio presente nos gases de escape é utilizado para converter os compostos nocivos, transformando o CO em CO2 e o HC em CO2 e vapor de água. As reações de redução que ocorrem no catalisador, têm como objetivo converter o NOx quando este reage com os materiais que compõem o catalisador, desta reação resulta N (azoto) e oxigénio.

Para estas reações acontecerem de forma ideal é necessária uma mistura de ar/combustível estequiométrica e uma temperatura de funcionamento do catalisador superior a 300 ⁰C.

O controlo e monitorização do processo de limpeza e tratamento dos gases de escape fica a cargo da gestão eletrónica do motor.

Nos veículos a gasolina mais recentes, o controlo é realizado em malha fechada, isto é, o catalisador possui uma sonda lambda à entrada e outra à saída (Ver Imagem 4). A primeira sonda lambda tem como função detetar se a mistura é rica ou pobre para depois a unidade de comando ajustar a quantidade de combustível a injetar. A segunda sonda lambda monitoriza a operação do catalisador.

Figura 1

Figura 4 - Funcionamento do catalisador